De uns tempos para cá, tenho uma nova máxima: blog nunca é demais. Até julho eu revezava minha atenção entre os blogs Ironia Crônica e o Nossa Educação. E como ainda sobrou um pouco de empolgação, adotei um terceiro: o Jornalismo de Educação. Um espaço para discutir sobre a cobertura jornalística na área de Educação.
Nem tão descolado e oba-oba quando o Ironia, nem tão sério e jornalístico quando o Nossa Educação, o "Jornalismo de Educação" será um mix de acadêmico e diário de idéias. Lá serão reunidos estudos e opiniões sobre a cobertura em Educação, mas também os passos de meu Trabalho de Conclusão de Curso, que será a elaboração de uma publicação que trate sobre Educação.
Todos estão convidados a colocar as cadeiras em círculo e participar!
20 de set. de 2007
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28 de ago. de 2007
Sombras de greve
Quentinha do Andes:
Docentes das universidades federais paralisarão atividades no dia 13 de setembro
Em sua última reunião, realizada em Brasília nos dias 24 e 25/8, o Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do ANDES-SN [Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior] aprovou a realização de uma paralisação com vigília, nas universidades federais, no dia 13 de setembro. Até essa data, as seções sindicais realizarão uma nova rodada de assembléias para deliberação do indicativo de greve nacional a partir da última semana de setembro.
O dia 13 de setembro é emblemático: nessa data será realizada a terceira reunião de negociação da pauta dos docentes com a Secretaria de Recursos Humanos (SRH) do Ministério do Planejamento (MPOG). Na última reunião, realizada na semana passada, o secretário Duvanier Paiva Ferreira reafirmou que o governo não dispõe de recursos financeiros para conceder reajuste salarial com impacto neste ano.
O secretário também se comprometeu a analisar mais detalhadamente a pauta dos docentes – entregue pelo ANDES-SN em 15 de março – e a apresentar a posição do Ministério sobre a tabela salarial proposta pelos docentes, com os impactos financeiros decorrentes dos vários elementos que a constituem.
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Além da questão salarial, os docentes também exigem a revogação do projeto do REUNI e da criação do banco de professores-equivalentes.
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24 de ago. de 2007
Aliás...
Imprensa e manifestação de estudantes é coisa que geralmente não combina. Na reitoria ocupada da UFSC, jornalista não entra. E os figurões da imprensa local retrucaram: afirmando que sua equipe foi ameaçada enquanto trabalhava, Paulo Alceu, apresentador da Rede SC/SBT, disse que "quem faz protesto, quer se manifestar. Mas, pelo visto, esses estudantes só querem é baderna".
O tom da coluna de Moacir Pereira (que, aliás, já foi professor da UFSC) , do Diário Catarinense, também foi parecido, tratando o ato como violento, autoritário e como uma invasão. Os estudantes criaram um blog para responder.
Mas, provavelmente, nada pode ter irritado mais os estudantes que as matérias relacionando os atos com a UNE - como fez a Folha e meu professor Tambosi (que, de passagem, adora fazer a relação estudantes=UNE=PT=Lula). Enquanto isso, um cartaz na frente da reitoria invadida/ocupada trazia "A UNE não nos representa".
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Na UFSC também...
A isenção jornalística é desafiada quando a notícia acontece tão próxima e afeta diretamente a quem escreve (no meu caso, sendo eu um estudante da UFSC). Principalmente quando atos desse tipo aumentam o clima de greve na Universidade.
Motivos os estudantes têm. A falta de professores é o primeiro ponto da pauta de reinvidicações. No mais, exigências clássicas, como aumento no valor das bolsas, melhorias no Restaurante Universitário e na oferta de moradia estudantil. Além dessas, pautas que parecem copiadas das reivindicações de professores e servidores: contra a transformação do HU em fundação de direito privado, auditoria nas Fundações de Pesquisa, oposição ao REUNI (projeto do Governo Federal que pretende mudar o funcionamento das Universidades Federais), entre outras.
A revolta dos manifestantes poderá ser ainda maior quando tomarem conhecimento do projeto de lei que cria vagas para professores, mas só para as unidades de ensino criadas depois de 2005.
Já as demais? Bem. A essas, por enquanto, só cabe esperar a mudança do número de alunos por professor -outra medida do REUNI. O governo quer que dos atuais 9 por 1, a proporção seja 18 por 1.
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17 de ago. de 2007
Mais sobre laptops para crianças
O blog da semana da revista Revista Época é novamente sobre Educação, acompanhando a matéria especial da edição desta semana sobre o programa de Laptops para crianças . Mais tarde comento sobre a reportagem e as discussões do blog.
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16 de ago. de 2007
Jornais nas Escolas
Para a imprensa, a idéia é ótima: instituir um programa de leitura de jornais e revistas nas escolas públicas do Paraná criaria futuros leitores. Já pedagogicamente, a idéia do deputado estadual Péricles de Mello (PT-PR) é contestável. Se para gente grande às vezes é complicado entender o noticiário ou mesmo interessar-se por eles, quem dirá nossas crianças.
A proposta foi apresentada à Assembléia Legislativa paranaense e deve ser votada em um mês. Segundo Mello, o programa estimularia e orientaria e os estudantes a ler temas de conhecimento geral e integrar a escola com a sociedade. As publicações, seriam, um suporte para as aulas.
No entanto, especialistas afirmam que a imposição da leitura pode resultar em repulsa. E completo: já há material próprio, com temas e abordagens adequadas para crianças. Utilizar material da imprensa tradicional talvez não seja a melhor opção.
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10 de ago. de 2007
Recomeçou, ou quase
Assim como o ano letivo, o Nossa Educação retomou suas atividades essa semana. No entanto, ainda estamos como algumas universidades federais, com um início de semestre meio truncado.
Há 80 dias os servidores técnico-admistrativos das IFES estão de braços cruzados. Embora nem a Fasubra - entidade sindical da categoria - saiba estimar o percentual de adesão, a greve prejudica o atendimento das secretarias dos cursos, restaurantes e hospitais universitários, bibliotecas e prefeituras dos campi. No entanto, na maioria das instituições, as aulas seguem.
Os professores também já se movimentam. A categoria cobram um aumento sobre a remuneração total que vai de 83% a 140%. Dependendo das repostas do governo, pode haver mais uma paralisação geral no próximo dia 25, inviabilizando completamente o andamento do semestre letivo.
Não se deve duvidar. Afinal, greve em universidades federais é como o El niño, que vem a cada dois anos. A última foi em 2005...

update: o sindicato dos servidores se reúne amanhã (16) para apresentar uma contra-proposta ao governo.
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25 de jul. de 2007
Segunda Chamada UEG
Não costumo fazer jornalismo de serviço neste blog. Mas esse é um caso a parte. Para quem procurou o resultado da segunda chama da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e não encontrou no site daUOL nem mesmo no site principal da própria EUG, deixo o link para o edital como o nome dos novos classificados.
Ah sim! Tem outro motivo:um dos sortudos de segundamão é meu irmão, Adriano Honorato Tosta, que passou para Engenharia Civil. Só que ele está incomunicável no meio do rio Araguaia.
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Leitura para as férias
Pessoal, sou um homem de palavra - e de palavras inteiras. O blog não acabou, apenas o blogeiro entrou de férias até Agosto. Enquanto isso, fico em Calda Novas-Goiás, aproveitando as deliciosas águas quentes.
Mas nem por isso deixei a Educação de lado. Deixo minha sugestão de leitura para as férias de nosso blog: a edição de julho da revista Trip. Sim, a Trip! Na edição, várias matérias abordam o tema. Para isso, abordam a Educação de uma maneira bem ampla. Uma matéria sobre a importância da Educação não-formal me foi bastante esclarecedora. As "Páginas Negras" (espaço de entrevista da Trip) abre espaço para o Antropólogo e agitador cultural Hermano Vianna - que é irmão de quem vocês estão pensando mesmo.
Bem, não vou colocar aqui a capa da revista. Digamos que ela não tem muito a ver com a temática principal...
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16 de jul. de 2007
Auto-avaliação
É cedo. Há pouco mais de três meses que este blog foi criado. Apesar do pouco tempo na blogsfera, gostaria de deixar nosso tema principal de lado e dedicar este post a uma auto-avaliação.
Nesse período de existência, este blog esteve ligado a uma disciplina de meu curso de Jornalismo, na UFSC. De modo que, ao fim do semestre, este blog será formalmente avaliado, como nota no currículo e tudo. Por outro lado, aproveito a oportunidade para fazer eu mesmo uma avaliação dos resultados e da evolução do blog.
Como deixei claro no projeto editorial deste blog, o objetivo é complementar a cobertura na área de Educação no Brasil. Por isso, sempre primei por informações próprias, como nas matérias sobre o projeto de piso para professores, sobre a questão do estágio, sobre movimento estudantil e várias outras. Esta opção tem suas razões: fundamenta-se na concepção de que a Internet serve para ampliar as visões, não apenas confirmar as já existentes. Sem pretenções de competir com a grande imprensa, mas completá-la, e assim enriquecer o debate sobre a Educação brasileira.
No entanto, outras responsabilidades (acadêmicas e pessoais) impediram-me de buscar ainda mais material próprio. Assim como a freqüência de postagens também ficou abaixo do que gostaria. Para contra-balançar (e também para dar um toque próprio ao blog) arrisquei-me a fazer análises e até emitir opiniões a partir de informações coletadas em outros veículos. Esta solução, embora válida em um blog, tem suas fragilidades: por mais que me dedique à cobertura sobre Educação, é presunção crer que um estudante de Jornalismo possua autoridade e experiência o bastante para publicar análises e opiniões que sejam sensatas e originais. E mesmo nas oportunidades que me arrisquei, tentei fazê-lo baseando-me em fatos e argumentos. Afinal, de opiniões e críticas gratuitas a Internet está cheia.
Também foi minha intenção aprimorar o aspecto gráfico do blog. Queria um blog com cara própria e que deixasse evidente a austeridade a qual se propõe. Baseando-me no trabalho que tive, considero o resultado satisfatório. Eis um blog esteticamente harmonioso, apesar de não muito ousado. Contudo, também me atrevi inovar e experimentar diferentes mídias no blog, acompanhando a tendência da mídia de convergência tecnológica. A inclusão de animações em Flash em algumas postagens e o uso de áudio chamou a atenção de alguns colegas, que me parabenizaram pelo diferencial.
Foi um grande aprendizado desafiar-me a criar, a melhorar (na forma ou no conteúdo). Também foi com grande satisfação que acompanhei a temática da Educação com olhos ainda mais abertos. Conseguir quase 700 acessos em três meses é uma repercussão empolgante. Mas não diminui meu desejo atrair ainda mais a atenção de todos que se interessam pela Educação. Percebi que conteúdo e divulgação são igualmente importantes, assim como colaboração e interação.
A disciplina de "Análise e produção de blogs" chega ao fim. O blog, por sua vez, continua. E tem a oportunidade de se melhorar e continuar a inovar. A Educação brasileira merece isso!
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11 de jul. de 2007
Sabatina no reitor

Clique aqui para ver trechos do chat
15:42:39 - CaroLZINHAaa fala para clicRBS: Lúcio, você não acha que ao tomar essa atitude vocês estão consertando um erro do passado, porém cometendo outro??! O certo seria melhorar o ensino médio público, para que assim estes estudantes possam disputar de maneira igual uma vaga no ensino público superior. Ao adotarem o sistema de cotas vocês simplesmente esqueceram daqueles cidadãos que com muito esforço sustentaram seus filhos em escolas particulares, para que um dia os mesmo tivessem uma chance maior de ingressassem em uma universidade federal.
15:42:03 - Lucio Jose Botelho fala para todos: Uma comissão estuda o assunto a (sic) quase dois anos. Apresentou um relatório com outros valores de cotas, a relatora no Conselho Unibversitárioi(sic) apresentou outra e ainda houve umja (sic) proposta substitutiva, que foi a vencedora.
15:48:20 - Daniel fala para todos: Reitor, O senhor considera 'ampla discussão' como o senhor mesmo disse) o debate entre 12, às vezes 15, representantes de entidades, sindicatos, estudantes, para discutir o sistema de cotas na UFSC? Esse debate não ficou restrito apenas aos interessados em tal sistema? Por que a comunidade academica não pôde participar em peso, assim como estudantes de cursinhos, colégios, diretores, professores, etc?
15:52:29 - Lucio Jose Botelho fala para todos: Caro Daniel, a comissão, diga-se de passagem independente, realizou além de reuniões internas, três seminários abertos foram realizados e a participação foi realmente pequena. O que estava em discussão, no caso do Conselho Universitário é mais que isso é a representação da Universidade como um todo.
15:55:03 - ClaudiaaZ fala para Lucio Jose Botelho: Lúcio, você não acha que o sistema de cotas vai gerar mais discriminação??! Haja vista que, esses indivíduos que ingressarem na UFSC pelo sistema de cotas serão lembrados por não terem capacidade de disputar uma vaga de maneira justa, e sim necessitarem de um sistema para que isso aconteça.
15:58:35 - Lucio Jose Botelho fala para todos: Cara Cláudia, se todos tivessem oportunidades iguais, poderiamos falar unicamente de mérito. Algumas experiências concretas, do prouni entre outras, demonstram que a partir de uma massificação, descobrimos mais talentos, concordamos que o sistema aprimorado, não só o educacional não resolvem também, pois como sociedade de classe, temos maiores ou menores condições objetivas de vida
15:59:30 - Lucio Jose Botelho fala para todos: O que se aprovou não foi somente cotas, foi também uma política de cotas, haverá comissões de avaliação e acompanhamento em cada uma das etapas, até porque o impacto pode ser negativo, com aumento de evasão. Neste sentido será continuamente avaliad (sic)
ps: más-línguas à parte, nem o reitor escapou do internetês. Erros de digitação e gafes com a ortografia podem acontecer com qualquer um, inclusive o reitor. Assumidamente:
15:35:44 - Lucio Jose Botelho fala para todos: preciso me familiarizar e não sou bom digitador
Atualização:o link para o chat estava com um pequeno problema, mas já foi resolvido.
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10 de jul. de 2007
UFSC adotará cotas no próximo vestibular
Reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizada na manhã de hoje aprovou a criação de cotas para afrodescendentes e alunos de escolas públicas. A medida passa a valer já a partir do vestibular realizado no fim deste ano.
Do total de vagas oferecidas por curso, 20% será reservado a candidatos que estudaram em escolas públicas durante todo o Ensino Médio e Fundamental. Outros 10% serão reservadas a alunos que se auto-declararem negros e que também tenham estudado em escolas públicas.
Para ser aprovados, os estudantes cotistas precisarão atingir um patamar mínimo (ponto de corte).Caso o percentual de negros que conseguiu essa pontuação não alcance os 10%, as vagas restantes serão destinadas a jovens vindos de outros tipos de estabelecimentos de ensino ou que não tenham feito todo o ensino médio e fundamental em escolas públicas. O percentual de 10% das vagas está próximo da parcela que a população de negros em Santa Catarina representa, que é de 12% do total.
O programa prevê, ainda, a criação de cinco vagas para indígenas, sendo que até 2010 o número de vagas deve chegar a 10. Entre as 57 instituições públicas de ensino superior no país, a UFSC é a 17ª a adotar o sistema de cotas.
A seguir, entrevista com a professora do Centro de Educação da UFSC e membra da Comissão de Ações Afirmativas da UFSC, Vânia Beatriz da Silva. Os temas abordados são políticas de permanência, razões para implantar cotas e críticas à proposta.
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9 de jul. de 2007
Novos "Universotários"

1982 pelo do "Grupo A" de teatro (Divulgação)
Se o programa "show do milhão" ainda estivesse no ar, possivelmente a opção de ajuda dos universitários não seria muito útil. A se julgar pelos dados divulgados pelo Inep sobre o hábito de leitura dos universitários, poucos teriam bagagem cultural suficiente para responder com certeza à perguntas que não sejam de suas respectivas áreas de formação. E, talvez, não estivessem seguros para responder nem mesmo a questões que lhe são pertinentes
Dados colhidos através dos questionários do Enade revelam que 34% lêem no máximo dois livros por ano que não seja para a faculdade e 41,3% se informam mais pelo televisão, o que equivale a quase nada. Pior: 43,6% estudam apenas entre uma e duas horas por semana além do horário de aula, fato que não assegura sua formação nem mesmo em sua área.
Embora não possamos descartar também outras formas de conhecimento - aprendizado não-formal, por exemplo- é possível notar a mudança do perfil do universitário brasileiro (ou "universotário", como se dizia pejorativamente à tempos atrás) . Outrora seres com grande bagagem cultural e apurado senso crítico, grande parte dos universitários (68,2%) estudam à noite, já 73,2% trabalham durante o dia. E ainda temos que somar o significativo percentual de universitários bolsistas do ProUni, que nem sempre possuem recurso (ou incentivo) para fomentar suas leituras. Enfim, não é de se esperar muito de nossos futuros profissionais.
Tem também o fator "prova no dia seguinte" que interfere diretamente na falta de hábitos de leitura e no qual esse blogueiro se encaixa. Então, com licença...
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5 de jul. de 2007
Relator propõe piso de R$900
O deputado federal Severiano Alves (PDT-BA), relator do projeto do piso dos professores, propôs o que já havia divulgado nas audiências públicas em que participou: o piso salarial dos profissionais de Educação deve ser de R$ 900 e não R$850, como quer o governo.
O valor se refere a profissionais que possuem apenas o Ensino médio (modalidade Normal) e para uma jornada de 25 horas semanais - 15 horas a menos do que propôs o governo. Já os profissionais com nível superior receberiam, no mínimo, R$ 1.100 também para uma jornada de 25 horas.
O parecer do deputado também sugere que no referido valor não esteja inclusa nenhuma gratificação. Ou seja, caso a proposta seja acatada,a remuneração dos profissionais de Educação pode ser ainda maior. No entanto, trata-se apenas de um parecer, e cujo texto ainda pode mudar até o dia 11, quando será votado e discutido pela Comissão de Educação e Cultura.
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3 de jul. de 2007
Com alterações, lei do estágio passa pela Câmara
O novo projeto de regulamentação da atividade de estágio para alunos de ensino médio, profissionalizante e superior já foi aprovada na Câmara dos Deputados. Não o projeto do senador Osmar Dias, nem o projeto divulgado pelo governo dentro do plano de ações do PDE, mas um substitutivo feito em conjunto pelos deputados Átila Lira (PSB-PI) e Manuela D'Ávila (PCdoB-RS). O texto ainda precisa passar pelo senado antes de virar lei.
O destaque foi para os comentários da deputada Manuela D'Ávila, de que o projeto vai garantir que os estagiários não sejam explorados como mão-de-obra barata e evitar o uso de alunos como substitutos de profissionais. A intenção dos deputados até pode ser essa. Contudo, crer que o projeto evitará a substituição é outra presunção. Principalmente porque esse fenômeno já acontece hoje mesmo dentro da lei, conforme já tratamos.
No entanto, a nova proposta tem seus louros. No novo projeto, foram aceitas outras medidas às propostas pelo projeto de lei anterior - que apenas limitava a proporção de estagiários em uma empresa (15%) e o tempo de permanência do estagiário (até 2 anos em um mesmo estágio). Essas novas medidas, embora não possam evitar o mau-uso do estágio, obriga as empresas a tratar a questão com mais seriedade.
Incluiu-se no projeto aprovado punições para empresas que forem autuadas fraudando a legislação do estágio. Uma das punições será a aplicação de multas pela fiscalização trabalhista, variáveis de R$ 240 a R$ 2,4 mil, à pessoa jurídica que descumprir as novas regras. Além disso, empresas que desrespeitarem as normas terão o estágio caracterizado como vínculo laboral para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.
Na prática, algumas dessas medidas já vinham sendo aplicadas pela justiça do trabalho. Mesmo assim, alguns deputados temeram que a medida inibisse a contratação de estudantes e pediram votação do ponto em separado. Queriam a continuidade da utilização desenfreada de estagiários. Felizmente, a votação foi rejeitada.
Também se destacaram outras medidas que visam garantir a continuidade do aprendizado, tanto curricular quanto no estágio. Pelo projeto, as empresas deverão liberar os estagiários nas épocas de provas. As empresas também passam a ter que fazer relatórios de desempenho dos estagiários (hoje, são requeridos apenas de escolas e alunos). Terão, ainda, que conceder auxílio-transporte e seguro contra acidentes aos seus estagiários.
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29 de jun. de 2007
Por raça, mas não apenas
Não sou dos que gostam de tomar casos de países desenvolvidos como exemplo pelo simples critério deles serem desenvolvidos. De todo modo, uma decisão tomada pela Suprema Corte americana é uma boa contribuição ao debate sobre cotas no Brasil. Mesmo sem consenso, a suprema corte resolveu limitar a utilização do critério de "raça" para alocar os alunos nas escolas públicas americanas.
Longe de ser uma afronta às ações afirmativas no país, cinco dos nove membros enfatizaram que a "raça"deve ser um dos critérios, mas não deve ser o único. Uma saída interessantes, acima do debate brasileiro sobre se deve existir cotas para negros ou para pobres. Afinal, por que não os dois critérios conjuntamente?
Vale lembrar, no entanto, que a medida se referem a escolas públicas, não à universidades. Ou seja, não se questiona o mérito dos estudantes, como seria comum caso se tratasse de ensino superior.
Leia aqui a matéria completa
EUA limitam uso de raça em seleção escolar
Folha de São Paulo, 29/06/2007
Supremo revoga medida anti-segregação dos anos 50 e decide que cor da pele não pode ser único fator para alocar alunos em colégios. Veredicto divide juízes e população; para maioria conservadora, critério atual promovia mais segregação étnica do que integração
DENYSE GODOY DE NOVA YORK
Dividida, a Suprema Corte dos EUA impôs ontem limites à utilização do critério de raça para alocar os alunos nas escolas públicas americanas. Trata-se da mais importante resolução sobre questões raciais no país em anos e deve afetar milhões de crianças e jovens.
Nos EUA, até meados do século passado era legal manter estabelecimentos de ensino apenas para estudantes brancos ou para negros. Em 1954, a chamada "decisão Brown" disse que a segregação racial era inconstitucional.
Desde então, as unidades escolares públicas passaram a empreender esforços para valorizar a diversidade étnica -por exemplo, misturando numa mesma escola crianças de bairros diferentes. A decisão da Suprema Corte, por 5 votos a 4, foi tomada a partir de dois casos específicos, nas cidades de Seattle (Washington) e Louisville (Kentucky), em que pais questionaram a preferência dada a alunos de minorias quando havia excesso de demanda por vagas em determinada escola.
"Como aqui a política educacional não é estabelecida em nível nacional, ou seja, cada Estado pode criar as suas próprias regras, as escolas foram responsáveis por elaborar os programas de integração. Elas [as autoridades educacionais das duas cidades] achavam que, dessa forma, estavam cumprindo o propósito de favorecer o convívio de crianças de diferentes origens para enriquecer a sua formação", explica a professora de sociologia Roslyn Arlin Mickelson, da Universidade da Carolina do Norte.
Mas a Suprema Corte -presidida pelo conservador John Roberts, nomeado por George W. Bush- definiu que o fator étnico não poderá ser o único levado em conta na hora de distribuir os estudantes nas escolas, o que deve obrigar todos os distritos do país a redesenhar os programas em andamento. A decisão significa uma importante mudança no modo como o assunto é julgado, já que apenas três anos atrás a mesma corte -mas com composição menos conservadora- avaliou como positivas políticas afirmativas que consideram válidos critérios de raça e renda para o ingresso em universidades.
Antes de Brown, dizia-se às crianças onde elas podiam ou não podiam estudar de acordo com a cor da sua pele. O caminho para acabar com a discriminação por raça é parar de discriminar por raça", disse Roberts à guisa de justificativa.
Meio-termo - O quinto membro
da corte a votar por esse entendimento, Anthony Kennedy, matizou a decisão ao acrescentar que os distritos devem continuar a buscar a integração nas escolas, desde que o critério racial não seja o único determinante das políticas públicas adotadas.
Os juízes que se posicionaram contra, liberais (à esquerda, nos EUA), argumentaram que a medida trai Brown. "Os últimos 50 anos testemunharam grandes avanços na luta por igualdade racial, mas ainda não nos demos conta da promessa de Brown. Esta é uma decisão da qual a corte e a nação vão se arrepender", disse Stephen Breyer.
Após a notícia, a opinião pública mostrou-se tão também dividida. "Ao impedir que as escolas distritais aloquem estudantes por raça, a corte desfez anos de precedentes", protestou o grupo liberal Aliança por Justiça. Na opinião de Roslyn, é bom que a Justiça tenha reafirmado a necessidade de combater o racismo em todos os níveis. "Só que eu não acho que aquelas cidades estivessem agindo mal, então ninguém sabe que tipo de mudança deve ser realizada nos projetos para eles serem considerados corretos", comenta. "Ficará mais difícil criar ações afirmativas a partir de agora."
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27 de jun. de 2007
Na TV: educar não rima com com censurar
Se o leitor acredita que o que seu filho vê na TV é tão importante quanto o que ele estuda ou deixa de estudar na escola, então o comentário do jornalista César Valente em seu blog lhe é pertinente. Ao tratar da pesquisa de opinião CNT/Census, ele comenta um dos tópicos, que trata do projeto que institui a classificação indicativa dos programas televisivos:
Censura não é Educação. Mas, afinal, o que é censura?
.
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25 de jun. de 2007
A ver metas
Depois de receberem as notas de desempenho no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a grande parte das escolas agora se pergunta: como melhorar? Afinal, o índice só mostrou em números o que o senso comum sabia. E, fora uma ou outra que fugiu à regra (não chegam a 1% as que conseguirem mais que seis), a nota só quantificou o quão caóticos estão os rendimentos e repetência dos alunos.
As escolas com nota baixa agora terão que se esforçar para cumprir as metas do MEC - todas tem que busca índice seis até 2021. Ao divulgar a nota de cada escola, evidenciou-se quais exatamente possuem deficiências – e não o município ou estado como um todo, como divulgado anteriormente. A comunidade, tanto quanto o governo, agora sabe que se a escola do bairro vai mal e cobrará melhoras.
Sim. E melhorar como?
A julgar pelo que tem divulgado, nem o próprio MEC sabe ao certo. Soltando confetes de cifras, o ministro Fernando Haddad anunciou que os mil municípios com os piores ideb´s iriam receber apoio pedagógico e financeiro do governo. Entretanto, nenhuma proposta para as escolas em particular, o que é de se estranhar. Afinal, se duas escolas de uma mesma cidade tiveram notas diferentes, é possível que os problemas sejam diferentes – ou em intensidade diferente.
Alguém no MEC deve ter notado essa incoerência. Assim, Haddad anunciou no último dia 20 o Plano de Desenvolvimento da Escola. A solução é a mais simples possível, mas só para o MEC: transfere-se para a escola a tarefa de se auto-diagosticar. As unidades de ensino deve criar um grupo de trabalho, que fará sua auto-avaliação, indicará quais ações serão necessárias e estipulará prazos e metas.
Recursos extras (que, na maioria dos casos, é o que realmente falta), só se a escola estiver entre os mil municípios com pior nota no Ideb. As demais, por enquanto, ficam a ver metas.
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21 de jun. de 2007
Antigas e novas bandeiras
Causas não faltam ao movimento estudantil. Algumas já são velhas reivindicações, como mais verbas para Educação e qualidade de ensino, mudança na política econômica e defesa de causas sociais. Outras foram substituídas: em vez de centrar forças em causas de interesse geral, como liberdades democráticas, estende seu foco a causas específicas, como questões de gênero e direito ao transporte público.
Mas também surgiram novas bandeiras em sintonia com as mudanças da última década. Com o aumento de vagas nas universidades particulares, surgiram questões como combate ao aumento das mensalidades e luta por condições do estudante concluir seus estudos.
“O número de estudantes aumentou, mas a maioria dos estudantes hoje são de universidades particulares, trabalham e tem dificuldades para se manter na universidade. A luta é pela ampliação das vagas e pela permanência, além de discutir as grandes questões da sociedade”, define o presidente da União Catarinense dos Estudantes (UCE), Thiago Andrino.
Para Andrino, o maior desafio do movimento é “trazer para a universidade um pouco de participação”. Para isso, uma das estratégia do movimento estudantil é investir em causas com resultados mais imediatos, como por exemplo, a luta pelo transporte coletivo.
“O jovem tem dificuldade de construir objetivos a longo prazo. Mas se perceberem que podem conseguir o passe livre para amanhã, eles vão para a rua amanhã. E assim ele se conscientiza e participa de um debate maior, que envolve o papel do estado”, explica Thiago Andrino, citando a relação dos estudantes com o Movimento Passe Livre.
Apesar de hoje ser professor do Departamento de Economia da UFSC, Nildo Ouriques também tem um passado de envolvimento com o movimento estudantil da Universidade. Ele foi fundador e primeiro presidente do Centro Acadêmico Livre de Economia da UFSC, em 1981, e presidente do Diretório Central dos Estudantes entre julho de 1981 e julho de 1982.
Comparando com o passado, Ouriques não poupa críticas ao momento atual do movimento estudantil. “A luta hoje começa por questões políticas muito distantes dos estudantes. Antigamente, os estudantes começavam por questões menores”, afirma o professor. "Os estudante precisam lutar contra as carências imediatas, começar por aquilo que mais afeta a vida estudantil".
Em sua opinião, também faltam reivindicações por mais verba na educação. Durante a gestão de Ouriques, o DCE organizou uma greve que reivindicava financiamento adequado aos novos cursos que surgiam na UFSC.
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19 de jun. de 2007
De domínio público e permanente
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Falta maior participação, dizem militantes
As divergências são apenas um dos problemas do movimento estudantil nos dias atuais. A dificuldade para envolver os jovens na política é uma questão que o próprio presidente da UCE (União Catarinense dos Estudantes), Thiago Andrino, admite.
"O perfil dos estudantes era outro. Além da maioria ser de universidades públicas, se dedicavam a universidade de maneira exclusiva. [Na ditadura], era mais fácil aglutinar as pessoas", justifica Andrino. O estudante também afirma que hoje o movimento “tem dificuldade para trazer a elite para discussões sociais”.
Para o professor Nildo Ouriques, que foi presidente do Diretório Central dos Estudante da UFSC (DCE), as entidades de hoje “tem um déficit gigantesco de legitimidade”. Mas nega que os jovens de hoje sejam mais individualistas.
“Nem acredito mais na luta do movimento estudantil. O movimento que está aí é um movimento que tenta e faz, mas é precário. E se não reconhecemos isso, não saímos do buraco”, disse Ouriques.
O presidente do DCE da UFSC, Gustavo Chraim também concorda que nem sempre o movimento estudantil tem a base necessária, mas defende o momento atual. “O movimento estudantil hoje está muito mais articulado que na época da ditadura, já que na época não se podia nem falar da UNE. Hoje é bem mais fácil organizar o movimento”, afirma. Chraim também cita que o último congresso da UNE reuniu mais de 15 mil participantes.
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Movimento dividido
Pelos dados de 2004 do Ministério da Educação, existem no Brasil cerca de 60 milhões de estudantes, somando-se ensino básico e superior. A defesa do interesse dessa parcela da população é, em tese, conduzida pelo movimento estudantil, representado por todas as organizações que o integram. Suas principal entidade - a UNE (União Nacional dos Estudantes) e Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) - orgulham-se de sua atuação nas discussões da sociedade ao longo de seus quase 70 anos de existência. Entre esses momentos, a resistência aos regimes militares e a mobilização dos estudantes pelo impeachment do presidente Collor.
Mas os próprios militantes reconhecem que o movimento estudantil mudou. A maior parte de suas lideranças tem dificuldades para envolver um número representativo de estudantes. E hoje também não faltam críticas quanto à atuação e participação do movimento.
Nesta reportagem, o Nossa Educação ouviu militantes que estão ou que passaram pelo movimento estudantil. Na entrevistas, falam sobre os problemas, as mudanças e as novas lutas das entidades discentes.
Desunião nacional
Durante a crise política do mensalão, em agosto no ano passado, o movimento estudantil deu sinais de que ainda está ativo. Mas as manifestações também evidenciaram que está dividido. No primeiro dia, a UNE participou de um ato contra corrupção, mas que apoiava o presidente Lula. No dia seguinte, outros estudantes ligados ao Conlute (Coordenação Nacional de Lutas dos Estudantes) participaram de ato também contra a corrupção, mas criticavam o governo Lula.
O apoio da UNE ao governo Lula foi apenas um dos motivos que levaram estudantes dissidentes a criar a Conlute em 2004. A criação, por exemplo, ocorreu durante um “Encontro Nacional Contra a Reforma Universitária”, tema que a UNE mais apóia do que contesta. Segundo o militante da Conlute Rafael Góes, hoje a coordenação reúne todas as entidades estudantis que não se sentem representadas pela UNE. Além de não apoiarem nenhum candidato e serem contra a Reforma Universitária, a Conlute também é contra a “burocratização” na UNE e faz parte da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), que reúne organizações de oposição ao governo Lula.
Apesar de se colocar como uma alternativa à UNE, o Conlute ainda não se considera uma entidade. Seu colegiado nacional foi eleito durante o Encontro Nacional de Estudantes em maio de 2006 e ainda não possui lideranças estaduais.
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17 de jun. de 2007
Especial movimento estudantil

lado reinvidiações , sarcasmo e álcool.
(foto: midiaindependente.org)
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15 de jun. de 2007
Estágio a distância?
Completo a discussão sobre a nova lei de estágio com a opinião da Gerente técnica do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) Sylvana Rocha. Quem estuda na modalidade de ensino a distância (EaD) pode fazer estágio ? Sylvana diz que sim, e com razão. Afinal, é um curso superior como qualquer outro, com igual necessidade de ligação com a prática - se não maior, justamente por ser a distância.
"De acordo com o decreto 5.622/2005, todo curso a distância prevê momentos presenciais obrigatórios, nos quais se promovem encontros e apresentações de trabalho. O estágio é um desses momentos", escreve Sylvana Rocha.
O Projeto de Lei que prevê novas regras para a prática de estágio ainda não contempla essa modalidade. Que as leis não acompanham as mudanças da sociedade, isso já sabemos. Mas projetos de lei a serem votados e que já estão defasados, isso sim chama a atenção.
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14 de jun. de 2007
Educação de gabinete
Qualquer passada de olho rápida por jornais que cobrem a área de Educação é suficiente para constatar que a maioria faz "cobertura de gabinete", como se diz no nas redações jornalísticas. Matérias em sua maioria feitas de dados estatísticos, de releases e de declarações de autoridades ou pesquisadores. Estudantes e professores só aparecem para ilustrar matérias, sem grande utilidade.
Uma proposta interessante foi a do jornal carioca "O dia", que se propunha a "ir para dentro das escolas" e "falar para professores, pais e alunos", como definiu Arnaldo César, um dos diretores executivos do jornal. Por isso, deixo a contribuição da entrevista concedida à revista "Mídia e Educação".
Entrevista com Arnaldo César, editor de "O Dia"
Conversando sobre Educação com Arnaldo César
Entrevista feita por Bárbara Pereira
O jornal carioca "O Dia" interrompeu, em agosto do ano passado, a edição do caderno de educação, que durante 4 anos serviu de fonte de informação para milhares de educadores do Rio de Janeiro. Todas às terças-feiras, mais de 300 mil exemplares chegavam às bancas com reportagens voltadas não só para professores, mas também para alunos e pais. Arnaldo César, um dos editores executivos do jornal, revela que a falta de patrocínio foi o principal motivo para a interrupção do suplemento, que era visto pelos leitores como "um caderno que ajudava a entender e educar os filhos", como revelou uma pesquisa do próprio veículo de comunicação. Segundo Arnaldo César, a direção do jornal está em busca de patrocinadores e espera retomar o projeto, mas ele prefere não fazer previsões.
Por que o caderno acabou ?
Arnaldo: O caderno não acabou, ele foi descontinuado. O custo dele ficava em torno de 100 mil reais. Isso, num ano, dá perto de 1,2 milhão. É um investimento pesado. Ele foi descontinuado porque, inicialmente, era um projeto auto-sustentável, quem patrocinava o caderno era a Petrobrás, depois foi a MultiRio. Só que ele foi concebido quando o preço do papel custava 380 dólares a tonelada. Hoje, o preço do papel está em torno de 680 dólares a tonelada. E a publicidade convencional dessa área - cursinhos e universidades - não cobre os custos de um caderno como esse, em tamanho tablóide, com 16 páginas e uma tiragem de 300 mil exemplares às terças-feiras. Era quase 1 milhão e meio de pessoas lendo o caderno. Então, a razão pela qual o caderno foi descontinuado é uma razão puramente de custos. Nós estamos buscando patrocinadores para poder partilhar esses custos por dois. Aí o caderno retorna da forma que era.
O Sr. acha que a educação precisa ter a sua própria editoria, assim como economia, política ou cidade ?
Arnaldo: O jornal tem essa visão. Nós temos uma editoria de educação. A equipe que fazia o caderno nunca foi desmontada, ela permanece. Obviamente que faz outras coisas, enquanto o caderno não é viabilizado economicamente. Você tem por parte da gestão do jornal a consciência de que educação é um assunto importante. A gente não faz um caderno puramente para ter uma receita financeira, a gente faz o caderno porque sabe que está agregando um assunto importante para o leitor. Mas da forma que ele era feito, porque da forma como se cobre educação hoje no país o leitor não se interessa.
Por que ?
Arnaldo: Vamos analisar os jornais que têm editorias de educação mais consolidadas, como Folha de São Paulo, por exemplo. Um jornal que tem uma continuidade no tratamento nos assuntos de educação. Todos os assuntos ali dizem respeito ao Ministro, à secretária de educação. Fazem um jornalismo de educação puramente de gabinete. São as grandes resoluções do ministério. Ontem, por exemplo, qual foi a principal notícia de educação no Brasil, que ocupou meia página de todos os jornais ? Era se iriam cassar ou não as universidades. Eu acho que esse tipo de informação não interessa ao leitor de "O Dia". Quando nós criamos o caderno de educação, a concepção era em cima da demanda do leitor, ou seja, nós sabemos que os nossos leitores, que são de classe média baixa, vêem na educação um instrumento de alavanca social. Então, montamos um caderno que falasse para o estudante, para o pai e para o professor. Nos importávamos muito pouco com o que acontecia em função das grandes resoluções do MEC. A gente ia para dentro das escolas, mostrar a realidade, com um forte propósito de dizer aos pais o seguinte: se você não cuidar da escola do seu filho, você não vai conseguir alavancá-lo socialmente, porque só com a participação dos pais nos conselhos escolares, por exemplo, você consegue cobrar da escola resultados e qualidade. E para os professores, a gente tinha o discurso da qualificação. Mostrávamos que não adianta o professor ficar sentado no meio-fio reclamando dos baixos salários, que o mundo não gosta de dele ou que o mundo é uma tragédia. Ele tem que, apesar de tudo, tentar se qualificar, porque há uma demanda por qualidade de educação. E aí a gente tinha a última página do caderno sempre com um debate, uma entrevista de perguntas e respostas com pedagogos, não só aqui do Brasil, mas do mundo todo.
A forma como o país educa a sua população é ou não assunto para o jornal ?
Arnaldo: É assunto. Mas desde que tratado com o enfoque certo. A gente sempre tentou saber quais eram as demandas dos pais e dos alunos ? Essas demandas estão sendo atendidas pela política do município, que tem uma política própria de educação ? Ou do governo do estado ? Ou do governo federal ? A gente sempre fez esse contraponto. E uma das razões pelas quais o caderno tinha dificuldades de conseguir publicidade convencional (cursinhos, pré-vestibulares.) é porque ele sempre teve uma postura crítica. Procurávamos tratar os assuntos com uma visão crítica. Os repórteres que nós formamos no caderno foram treinados para isso. Por exemplo: o caderno era totalmente contra vestibular, discutíamos isso e discuto até hoje com a equipe. A gente sempre se posicionou contra. Obviamente, quando você tem essa postura, o cursinho, que é um grande anunciante, não vem para o caderno.
Então vocês acham que é possível cobrir a política educacional , ou seja, o que é ensinado nas escolas, a partir de quem precisa dela ?
Arnaldo: É. Tanto é que o editor do caderno, o Antonio Góis, começou comigo quando a gente criou o projeto e foi chamado pela Folha de São Paulo porque o jornal queria ter uma visão que não fosse de gabinete. Ele foi para lá para cobrir educação sob um outro prisma.
De um modo geral, os jornais não têm uma editoria específica para cobrir educação. E quem acaba cobrindo é o pessoal da geral, que muitas vezes, desconhece o lado conceitual da educação, as políticas educacionais.
Você acha necessário a existência de um profissional especializado no assunto?
Arnaldo: Eu sou contra a especialização. Por várias razões, inclusive pela forma com que o jornalismo moderno está caminhando. Hoje você é multimídia. É mais do que você ser um jornalista que saiba de política, esporte, educação, economia. Você tem que saber manipular todas as mídias ao mesmo tempo. A tendência é muito mais aberta. Agora, no caso da educação, especificamente, a gente montou uma equipe pequena, e como tínhamos que buscar histórias qualificadas, com um alto grau de exclusividade e de novidade, não podíamos ficar com esse repórter trabalhando na geral ou no esporte. Nós queríamos também que os nossos repórteres entendessem do que eles estavam falando. Só assim você ganha credibilidade junto aos leitores.
Então, pelo que você está me dizendo, é necessário ter, não diria uma especialização, mas uma formação diferenciada para esse profissional que cobre educação ?
Ah não, você tem que ter . Esse repórter tem que conhecer as fontes, tem que saber quem são as pessoas que geram informação. Tanto lá na base, quanto em cima. Nós fomos chamados várias vezes para entrevistar o Ministro da educação.
A Dona Ruth Cardoso, que não gosta de dar entrevistas, escreveu vários textos para esse caderno. Então, é preciso ter repórteres circulando, conversando, falando com todo mundo o tempo todo. Nesse caso, você tem que ter uma pessoa cuidando daquele assunto. Agora, o que eu não gostava e não deixava acontecer no caderno era a especialização da especialização. O que é isso ? Um repórter que só sabe falar da educação no Rio de Janeiro. Então, eu tinha o cuidado de passar pautas distribuindo as pessoas para que elas circulassem pelas várias áreas da educação. Uma semana ele falava com uma diretora de escola lá em Porciúncula (Rio de Janeiro), na outra ele ia a Brasília, depois ia cobrir universidade, conversar com um educador importante na Unicamp ou numa universidade no Rio de Janeiro. A idéia era estar sempre conectada com a ponta do conhecimento na área de pedagogia.
Muitos jornalistas reclamam da dificuldade de diálogo com os especialistas em educação. Dizem que, muitas vezes, encontram resistências por parte deles para traduzir conceitos acadêmicos, por exemplo. Você acha que existe dificuldade de diálogo entre as áreas de educação e comunicação ?
Arnaldo: A gente enfrentou isso um pouco, mas sempre houve boa vontade dos educadores para traduzir conceitos. Não sei se pelo jeito do caderno, mas sempre houve boa vontade de um cientista da educação em transformar aquilo que ele pensava, que ele elaborava numa coisa palatável para os leitores. O repórter já chegava dizendo que precisávamos transformar a teoria em algo assimilável, porque nós não falamos para intelectuais. Nós tivemos problemas com a comunidade acadêmica mais pelas críticas. Fizemos várias matérias, por exemplo, analisando universidades do Rio de Janeiro, questionávamos por que essas universidades não tinham programas de interação com a comunidade onde elas estavam instaladas? Achávamos que a UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) faz muito pouco por ser uma universidade estadual, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) nem se fala... Então, quando a gente fazia esse tipo de matéria, eles reagiam. Mas quando você ia atrás deles para buscar o conhecimento, para traduzir aquilo de forma que o pai, o aluno e o professor entendessem, sempre houve boa vontade.
Depois da experiência que vocês tiveram, e que pretendem retomar, como você define, então, um bom caderno de educação ?
Arnaldo: A formula é esse tripé: pai, aluno e professor. Para o aluno, você precisa dizer o tempo todo que ele precisa estudar, porque senão ele vai ficar fora do processo, no qual as pessoas valem muito mais pelo que sabem. Para o pai dizendo o seguinte: se você quer que seu filho seja alguém na vida, cuide da educação dele, mas não é cuidar vendo o boletim, o dever ou se foi para a escola. Tem que ir para dentro da escola. O FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério -, por exemplo, tem conselhos municipais e até locais para controlar o dinheiro destinado à educação. E para os professores e diretores é a capacitação. Se o aluno está demandando novos conhecimentos, os professores precisam se aprimorar para poder oferecer uma educação de qualidade. A nossa fórmula foi bem sucedida por isso, tanto que foi reconhecida. Ganhou vários prêmios como o da fundação Ayrton Senna. Antes de fazer o caderno, fui conversar com as pessoas que cuidam desse assunto e que são minhas fontes. Peguei essa filosofia do tripé rapidamente. Quando o caderno parou, houve um encontro na concha acústica da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) com seis mil professores e todos assinaram um manifesto reclamando de o caderno ter descontinuado. Isso é importante, porque o caderno acabou virando um instrumento para o professor. Era um veículo de informação e uma ferramenta de trabalho para ele. Nós não fazíamos nada do que os outros cadernos de educação fazem, como por exemplo, colocar dentro do suplemento uma folha para o aluno colorir, fazer desenho. Isso a gente não fazia. Quando lançamos os cadernos muitas pessoas disseram que não ia dar certo porque não tinha apelo nenhum para a criança.
E as políticas como por exemplo, a reforma do ensino médio os parâmetros curriculares nacionais ? Onde entram ?
Arnaldo: A questão da repetência, por exemplo, é um indicador pelo qual o ensino do estado do Rio de Janeiro está muito mal avaliado. Nós fizemos várias capas sobre a questão da repetência. Uma das capas era enfocada para o professor, mostrando que a repetência também é um sinal de que o professor não foi bem, não é só o aluno. E aí fizemos uma discussão, dicas para tratar dessa questão, o que é preciso ler, quem são as pessoas que escrevem e pensam sobre isso. Depois fizemos a repetência sobre o enfoque do pai, como que mexe com o filho que repetiu o ano? Como se trata dessa questão ?
Tem alguma previsão para o retorno do caderno ?
Arnaldo: Eu tenho me esforçado muito para fazer o caderno voltar. Mas isso é uma questão econômica complicada. Não adianta eu falar que "O Dia" tem um compromisso com a sociedade. A filosofia implantada, não só aqui mas em todos os jornais economicamente bem sucedidos, diz que tudo tem que ter retorno. Estou trabalhando num caminho que pode me levar a um resultado concreto, que é encontrar parceiros para fazer o caderno da forma que ele era feito.
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Marcadores: Clipagem
3 de jun. de 2007
Vagas para aprendizagem
A
a serem realizadas sejam descritas e aprovadas
Além
Estar
Embora
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Marcadores: especial estágio
1 de jun. de 2007
Profissão estagiário
Para estudantes, as vantagens da bolsa-auxílio, da experiência e da proximidade com o mercado. Para empresários, os benefícios da isenção de encargos trabalhistas. Mas todas todos esses aspectos positivos podem ser usados de modo a mascarar um mau-uso do estágio.O Chefe de fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho de Santa Catarina, José Márcio Brandão, enumera os casos mais absurdos: estudante de Enfermagem estagiando em banco, aluna de Psicologia em livraria, jovem que já havia concluído o ensino médio e foi obrigada a se rematricular para ficar com uma vaga de estágio, além de uma empresa em que todos os funcionários eram estagiários, inclusive o gerente.
“O estágio tem sido utilizado de forma a fraudar a legislação trabalhista e substituir o trabalhador por um estagiário, que é uma mão-de-obra muito mais barata”, afirma Brandão. “Muita gente confunde as coisas. As empresas têm que ter claro que o estágio é feito para o estudante”, sublinha o superintendente estadual do Centro de Integração Empresa-Escola em Santa Catarina, Aníbal Dib Mussi.
Em enquete realizada com leitores do site Folha On-line, 66% dos participantes afirmou que o maior problema do estágio é sua má-utilização e que os estagiários, às vezes, são usados como mão-de-obra barata em vez de serem estimulados a aprender sobre a profissão. Outros 17% apontaram os abusos das empresas e 11% a excessiva carga horária. Todavia, talvez um dos grandes problemas seja a própria falta de dados confiáveis sobre o estágio no Brasil. Os Ministérios da Educação e do Trabalho não possuem pesquisas sobre o tema, nem sabem precisar o número de estagiários existentes.
No escritório de arquitetura onde a estudante da UFSC Mariane Martins realiza estágio há seis meses, a maior parte do trabalho é realizado por estagiárias: são duas profissionais e cinco estudantes. A estudante da 7ª fase reconhece que sempre é instruída em suas atividades. Mas releva que, às vezes, recebe tarefas de muita responsabilidade, que deveriam ser feitas por arquitetos já formados, e que seu estágio não tem vínculo formal. “Quando comecei, até pedi que fosse feito o registro do estágio, mas minha chefe disse que não era possível, porque a empresa não era registrada”, conta.
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Marcadores: especial estágio
31 de mai. de 2007
Estagiar: uma vantagem necessária
A maioria das instituições de ensino hoje reconhece a importância e a necessidade do estágio como complemento do aprendizado acadêmico. Em cursos como Letras e Engenharia e Agronomia, é disciplina obrigatória. Da parte dos estudantes, a atividade já representa muito mais que uma forma de experiência prática e de inserção no mercado de trabalho: é uma necessidade tanto profissional quanto acadêmica. “Há uma tendência de alongar a escolarização dos jovens. Quatro anos já não são suficientes para terminar um curso, pois muitos optam por estagiar” explica a socióloga Bernadete Auade, do Laboratório Transformações no Mundo do Trabalho, da UFSC.
Estagiar, para alguns estudantes, também é uma forma de viabilizar os estudos, defende o presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres), Carlos Mencaci. A bolsa-auxílio paga ao estagiário, que geralmente tem valor próximo a um salário mínimo, em alguns casos também é utilizado para complementar a renda da família.
Os estágios também oferecem atrativos às empresas. A começar pelas vantagens fiscais, já que há isenção de encargos sociais e trabalhistas, decorrentes da não-vinculação empregatícia. Oferecer estágio também é uma forma de antecipar a preparação e seleção de mão-de-obra. Os defensores do estágio nas empresas ainda usam com freqüência o discurso da “oxigenação e espírito de renovação” que a atividade proporciona.
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Marcadores: especial estágio
Especial estágio
Tema corrente nas conversas de estudantes e, não raro, de reuniões das instituições de ensino e da justiça do trabalho, a questão do estágio também deve entrar na pauta do Congresso Nacional nos próximos meses. A expectativa quanto à nova lei de estágio, que aguarda apreciação em plenário, é que as novas regras consigam pôr fim aos equívocos que destoam do objetivo dessa atividade: complementar da aprendizagem curricular.
A discussão acerca dos problemas que envolvem o estágio voltou à tona após o ministro da Educação, Fernando Haddad, inclui o projeto da nova de lei do estágio como uma das medidas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O Projeto de Lei 473/ 2003, de autoria do senador Osmar Dias (PDT-PR), limitar o número de estagiários em uma empresa a 20% do total de funcionários. Além disso, estabelece o tempo máximo de estágio e de horas diárias e garante o direito a recesso anual de 15 dias e a bolsa-auxílio.
Para analisar os problemas atuais dessa atividade, o Nossa Educação vai dedica matérias especiais ao tema, que abordarão as vantagens e problemas que hoje permeiam a realização dos estágios. As três reportagens da série serão publicadas diariamente, a começar por hoje.
Leia todas as matérias já publicadas da série.
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Marcadores: especial estágio
29 de mai. de 2007
Ágio do estágio
Essa tirinha não é por acaso. Nessa semana, o Nossa Educação dará atenção especial à questão do estágio. Então, para começar, uma tirinha de "Vida de Estagiário", do cartunista Allan Sieber. E também, claro, defender a classe, já que este blogueiro é um estudante que já foi e ainda será estagiário por um tempo. (clique na imagem para ampliar)
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Marcadores: especial estágio, humor
25 de mai. de 2007
Estudante é capital de risco!
Para não dizerem que não tenho espírito crítico - e bom-humor - deixo uma crônica inicialmente publicada em meu outro blog, o Ironia Crônica. Aviso: as opiniões abaixo divulgadas refletem as posições de meu eu-lírico e não correspondem, necessariamente, às visões desse blogueiro.
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A informação fica como alerta aos pais neste mês de maio – época em que os vestibulandos começam a pensar em que vestibulares vão prestar – e deve ser levada em consideração antes de desembolsar qualquer quantia: estudante é capital de risco. Junk bond no mais puro economês. Tome nota, pois nenhum analista financeiro ainda se deu conta disso. Lembrar poderá ajudar os pais a poupar boas verdinhas – além de ter a sensatez de investir na previdência privada ou algo que garanta um futuro mais tranqüilo e certo. Ou, ao menos, mais certo do que o próprio filho.
Estudante é capital de risco pelo simples conceito da palavra: é investimento duvidoso, caro, e existe a possibilidade de não oferecer retorno. É dinheiro que se investe sem saber se dará prejuízo (mais comum), lucro (exceções), ou ficará por isso mesmo.
Abstrato demais? Então tente descobrir o nome desse filme: por mais de dez anos vocês, pais, ralaram para pagar bons colégios ao filho. Compraram livros, materiais escolares e todas as enciclopédias que apareciam. Tudo na esperança de que ele tivesse mais oportunidade que vocês e um dia fosse alguém na vida. Mas seu filho não passa na primeira vez no vestibular. Tudo bem! O curso dele era mesmo concorrido! Com pena, pagam também um cursinho, aulas de inglês e até financiam a viagem para prestar o vestibular em outros Estados e... nada! Outro ano de cursinho. Até o dia da boa notícia:
- Mãe! Pai! Eu passei!
Festa geral. Até o momento em que vão ligar para os familiares contando a nova e se lembram de não ter perguntado ao filho para que curso ele passou.
- Pra Ciências Ocultas, mãe! Na Universidade de Biboca!
O conselho, nesse caso, é segurar o choro, pois o pior ainda pode vir: a universidade pode ser particular!
Se quiserem, arrisquem-se e invistam nele! É mesmo graças aos aventureiros que o mercado econômico sobrevive. Nenhum consultor econômico vai descartar a possibilidade de seu filho se formar, ser um profissional de sucesso e devolver, com juros e correções, tudo o que vocês investiram nele. Saibam, porém, que o risco é o mesmo que investir numa empresa da Suazilândia. Tudo o que é aplicado em estudante vira "Título Podre" - de pagamento duvidoso e à longo prazo. Mercado futuro, nesse caso, chama-se "Seja o que Deus quiser!".
O risco aumenta exponencialmente de acordo com a distância que a universidade fica de casa. Se fica longe, em outro estado (ex: Biboca), preparem uma reza a Santo Expedito. Estarão comprando ações de uma empresa da qual nunca têm notícias. As aulas noturnas são perfeitamente substituíveis por visitas ao bar mais próximo, e dinheiro para livros são moedas de conversão em ingressos para baladas.
E não pensem que o risco diminui de acordo com o curso que o filho foi aprovado. Tampouco é mais seguro pagar faculdade para aquele filhinho que sempre foi responsável. A universidade muda as pessoas. Num belo dia, poucos meses antes de se formar em Direito, aquele seu guri estudioso liga, com voz mansa:
- Pois é, velha. Eu larguei a facul e tô morando com uns amigos do DCE. Minha profissão agora é revolucionário! Diz aí: mó loco, né?
Fundo perdido, sim! Seu credor acabou de vazar a informação de que está em estado de insolvência e a moratória é iminente. É quando vocês descobrem que deviam ter aplicado no mercado de cachecóis em Belém do Pará!
Diogo Honorato é estudante de Jornalismo da UFSC e mora a 1500 km dos pais.
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Marcadores: humor
24 de mai. de 2007
O outro lado
Para aqueles que não se contentam em ler matérias da Folha, Estadão e do blog do Reinando Azevedo sobre a ocupação da reitoria da USP, e querem ir além das ignoráveis fontes entrevistadas pela Globo, deixo o link para a cobertura da Caros Amigos, do blog dos estudantes da ocupação ("ocupação" mesmo, pois para mim só se invade o que é privado, antes que suspeitem de minha posição) e da Associação dos Docentes da USP, Adusp.
Não é panfletagem. É a singela filosofia de quanto mais fontes, melhor.
Enquete: a ocupação da reitoria da USP foi necessária?
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Marcadores: Políticas de Educação
Como investir em Educação
Uma boa solução para acabar com o problema da falta de destinação de verbas para a Educação (embora não muito educada!)
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23 de mai. de 2007
Novos blogs sobre Educação
Vestibular é coisa que dá dinheiro. "Tá, conta uma que eu não sei", o leitor pergunta. Pois a novidade é que o jornal O Globo resolveu investir no tema através dos blogs. Nesta terça, estreou o "Blog da Aula"
(http://oglobo.globo.com/blogs/blogdeaula/), espaço em que professores de colégios do Rio e São Paulo darão dicas sobre o conteúdo do vestibular.
O novo blog se juntará ao "Vestiblogando"
(http://oglobo.globo.com/blogs/vestiblogando), blog produzido por vestibulandos desde fevereiro e que também está hospedado no site do O Globo On-line. Os estudante tratam de diversos temas do cotidiano de um pré-vestibulando.
Sem uma certeza sobre como lucrar na internet, as empresas de comunicação estão apostando em tudo mesmo! É só ver os anúncios no lado direito dos blogs...
Aos que sabem fazer uso consciente de material de internet, lamentem-se: os blogs acima seguem o mesmo padrão do site do O Globo: não dá pra copiar o texto da tela com o mouse ou teclado. Mas como sou partidário do caráter colaborativo da internet, uma dica: indo em exibir/código fonte na janela do seu browser, é possível encontrar o texto em html. Só não esqueçam de dar os créditos.
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22 de mai. de 2007
Piso sem chão
O deputado Severiano Alves de Souza (PDT-BA), deu o tom da comissão de Educação diante do projeto que institui o piso salarial nacional para professores de Educação Básica: do jeito que está, não passa. Ele participou de audiência pública na assembléia legislativa de Santa Catarina nesta segunda.
Relator do projeto, o deputado criticou propostas como o prazo de dois anos para instituir o piso. De acordo com Severiano Alves, o Fundeb - quem aliás, não tem no nome a expressão "Valorização dos Profissionais de Educação" à toa - já prevê recursos suficientes para remunerar todos os professores com o valor de R$850. E, por isso, o piso já pode valer a partir de janeiro de 2008.
O deputado baiano também criticou a proposta de tratar o piso como remuneração, e incorporar as gratificações, e não como vencimento-base. O fato do piso ser o mesmo, independente da formação, e se referir a uma jornada de 40hrs foram outros pontos em que manifestou discórdia.
"Se fixarmos 40horas, vamos trocar 6 por meia dúzia. Como vamos possibilitar que esse professor consiga um curso superior?", protestou, indagando sobre uma possível carga excessiva. Segundo o relator do projeto, a maioria dos deputados da comissão de Educação da Câmara defende mudanças nesses pontos. O ideal, para Severiano Alves, seria uma carga de 25 a 30 horas semanais.
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Marcadores: Políticas de Educação
17 de mai. de 2007
Meia-entrada e meias-verdades
As
Pelo
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