21 de jun. de 2007

Antigas e novas bandeiras

Causas não faltam ao movimento estudantil. Algumas já são velhas reivindicações, como mais verbas para Educação e qualidade de ensino, mudança na política econômica e defesa de causas sociais. Outras foram substituídas: em vez de centrar forças em causas de interesse geral, como liberdades democráticas, estende seu foco a causas específicas, como questões de gênero e direito ao transporte público.

Mas também surgiram novas bandeiras em sintonia com as mudanças da última década. Com o aumento de vagas nas universidades particulares, surgiram questões como combate ao aumento das mensalidades e luta por condições do estudante concluir seus estudos.

“O número de estudantes aumentou, mas a maioria dos estudantes hoje são de universidades particulares, trabalham e tem dificuldades para se manter na universidade. A luta é pela ampliação das vagas e pela permanência, além de discutir as grandes questões da sociedade”, define o presidente da União Catarinense dos Estudantes (UCE), Thiago Andrino.

Para Andrino, o maior desafio do movimento é “trazer para a universidade um pouco de participação”. Para isso, uma das estratégia do movimento estudantil é investir em causas com resultados mais imediatos, como por exemplo, a luta pelo transporte coletivo.

“O jovem tem dificuldade de construir objetivos a longo prazo. Mas se perceberem que podem conseguir o passe livre para amanhã, eles vão para a rua amanhã. E assim ele se conscientiza e participa de um debate maior, que envolve o papel do estado”, explica Thiago Andrino, citando a relação dos estudantes com o Movimento Passe Livre.

Apesar de hoje ser professor do Departamento de Economia da UFSC, Nildo Ouriques também tem um passado de envolvimento com o movimento estudantil da Universidade. Ele foi fundador e primeiro presidente do Centro Acadêmico Livre de Economia da UFSC, em 1981, e presidente do Diretório Central dos Estudantes entre julho de 1981 e julho de 1982.

Comparando com o passado, Ouriques não poupa críticas ao momento atual do movimento estudantil. “A luta hoje começa por questões políticas muito distantes dos estudantes. Antigamente, os estudantes começavam por questões menores”, afirma o professor. "Os estudante precisam lutar contra as carências imediatas, começar por aquilo que mais afeta a vida estudantil".

Em sua opinião, também faltam reivindicações por mais verba na educação. Durante a gestão de Ouriques, o DCE organizou uma greve que reivindicava financiamento adequado aos novos cursos que surgiam na UFSC.

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