25 de jun. de 2007

A ver metas

Depois de receberem as notas de desempenho no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a grande parte das escolas agora se pergunta: como melhorar? Afinal, o índice só mostrou em números o que o senso comum sabia. E, fora uma ou outra que fugiu à regra (não chegam a 1% as que conseguirem mais que seis), a nota só quantificou o quão caóticos estão os rendimentos e repetência dos alunos.

As escolas com nota baixa agora terão que se esforçar para cumprir as metas do MEC - todas tem que busca índice seis até 2021. Ao divulgar a nota de cada escola, evidenciou-se quais exatamente possuem deficiências – e não o município ou estado como um todo, como divulgado anteriormente. A comunidade, tanto quanto o governo, agora sabe que se a escola do bairro vai mal e cobrará melhoras.

Sim. E melhorar como?

A julgar pelo que tem divulgado, nem o próprio MEC sabe ao certo. Soltando confetes de cifras, o ministro Fernando Haddad anunciou que os mil municípios com os piores ideb´s iriam receber apoio pedagógico e financeiro do governo. Entretanto, nenhuma proposta para as escolas em particular, o que é de se estranhar. Afinal, se duas escolas de uma mesma cidade tiveram notas diferentes, é possível que os problemas sejam diferentes – ou em intensidade diferente.

Alguém no MEC deve ter notado essa incoerência. Assim, Haddad anunciou no último dia 20 o Plano de Desenvolvimento da Escola. A solução é a mais simples possível, mas só para o MEC: transfere-se para a escola a tarefa de se auto-diagosticar. As unidades de ensino deve criar um grupo de trabalho, que fará sua auto-avaliação, indicará quais ações serão necessárias e estipulará prazos e metas.

Recursos extras (que, na maioria dos casos, é o que realmente falta), só se a escola estiver entre os mil municípios com pior nota no Ideb. As demais, por enquanto, ficam a ver metas.

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