9 de jul. de 2007

Novos "Universotários"

Foto da peça "O Universotário", representada na UFSC em
1982 pelo do "Grupo A" de teatro (Divulgação)


Se o programa "show do milhão" ainda estivesse no ar, possivelmente a opção de ajuda dos universitários não seria muito útil. A se julgar pelos dados divulgados pelo Inep sobre o hábito de leitura dos universitários, poucos teriam bagagem cultural suficiente para responder com certeza à perguntas que não sejam de suas respectivas áreas de formação. E, talvez, não estivessem seguros para responder nem mesmo a questões que lhe são pertinentes

Dados colhidos através dos questionários do Enade revelam que 34% lêem no máximo dois livros por ano que não seja para a faculdade e 41,3% se informam mais pelo televisão, o que equivale a quase nada. Pior: 43,6% estudam apenas entre uma e duas horas por semana além do horário de aula, fato que não assegura sua formação nem mesmo em sua área.

Embora não possamos descartar também outras formas de conhecimento - aprendizado não-formal, por exemplo- é possível notar a mudança do perfil do universitário brasileiro (ou "universotário", como se dizia pejorativamente à tempos atrás) . Outrora seres com grande bagagem cultural e apurado senso crítico, grande parte dos universitários (68,2%) estudam à noite, já 73,2% trabalham durante o dia. E ainda temos que somar o significativo percentual de universitários bolsistas do ProUni, que nem sempre possuem recurso (ou incentivo) para fomentar suas leituras. Enfim, não é de se esperar muito de nossos futuros profissionais.

Tem também o fator "prova no dia seguinte" que interfere diretamente na falta de hábitos de leitura e no qual esse blogueiro se encaixa. Então, com licença...

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