6 de mar. de 2008

Extensão seria inviável, diz diretor do SED

A justificativa da Secretaria de Educação de Santa Catarina (SED) para não incorporar o abono ao salário-base dos professores seria o “efeito cascata” que ele poderia causar, ao se estender a aposentados e licenciados. Os cofres do estado não teriam condições que arcar com tais despesas A Explicação foi dada pelo diretor geral da SED, Silvestre Heerdt, ao blog Nossa Educação.

Ontem, o secretário Paulo Bauer divulgou nota oficial com números sobre o impacto do aumento. Segundo a nota, 75% dos recursos destinados à Educação são gastos com salários. O governo também afirma ter concedido um reajuste de 109,7% nos salários, entre 2003 e agosto de 2008 (quando o Prêmio Educar será pago na íntegra), enquanto a inflação no mesmo período não superou os 35%.

“A proposta apresentada segue a lógica de enxergar o magistério de forma matemática e desumana, não se preocupando com a qualidade de ensino e com a verdadeira situação da escola pública”, declarou a diretoria do SINTE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina), através de nota.


Mobilização da greve

O grau de participação na greve ainda é dúvida. Parte dos professores está satisfeito com o abono oferecido pelo governo e manisfestou desinteresse em parar as atividades. Já o sindicato anunciou que fará um “arrastão”, visitando escolas para que adiram à paralisação das aulas.

“Nossa categoria ainda não percebeu todas as conseqüências negativas que o Prêmio Educar tem, como na questão da paridade entre os profissionais”, disse Danilo Ledra, coordenador do Comando de Greve.

A secretaria de Educação anunciou que os grevistas terão descontados os dias em que não trabalharam e que professores ACTs (contratados em caráter temporário) irão substituir as funções dos grevistas, para que o andamento das aulas não seja prejudicado.

Professores iniciam greve em SC

Os trabalhadores da rede estadual de Ensino de Santa Catarina substituíram as aulas desta quinta por conversas. Eles tentam explicar aos alunos e pais as razões da paralisação por tempo indeterminado, aprovada na tarde de ontem, em assembléia da categoria.

Os trabalhadores da Educação reivindicam incorporação de abono salarial de R$ 100 o salário-base da categoria. Hoje, o chamado “Prêmio Educar” é pago exclusivamente aos professores em contato com os alunos (em sala ou a assistentes de exercício). Eles também exigem equiparação do piso ao valor pago aos professores da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina).

“Ganhando um mal salário, o quarto pior do país, e por isso o professor é obrigado a trabalhar em até 4 escolas. Queremos uma política que valorize o professor”, Danilo Ledra, coordenador do Comando de Greve.

Melhores condições trabalho também é um dos pontos de pauta da categoria. De acordo com Ledra, o número excessivo de alunos nas salas de aula e falta de segurança dentro das escolas tornam precárias as condições de trabalho nas escolas. Além disso, para o sindicato, o corte do abono no caso de licença saúde inibe os profissionais de realizarem tratamento médico.


Segundo lideranças do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (SINTE), cerca de 2,5 mil pessoas participaram da assembléia de ontem, no clube 12, na capital.