25 de jul. de 2007

Segunda Chamada UEG

Não costumo fazer jornalismo de serviço neste blog. Mas esse é um caso a parte. Para quem procurou o resultado da segunda chama da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e não encontrou no site daUOL nem mesmo no site principal da própria EUG, deixo o link para o edital como o nome dos novos classificados.

Ah sim! Tem outro motivo:um dos sortudos de segundamão é meu irmão, Adriano Honorato Tosta, que passou para Engenharia Civil. Só que ele está incomunicável no meio do rio Araguaia.

Leitura para as férias

Pessoal, sou um homem de palavra - e de palavras inteiras. O blog não acabou, apenas o blogeiro entrou de férias até Agosto. Enquanto isso, fico em Calda Novas-Goiás, aproveitando as deliciosas águas quentes.

Mas nem por isso deixei a Educação de lado. Deixo minha sugestão de leitura para as férias de nosso blog: a edição de julho da revista Trip. Sim, a Trip! Na edição, várias matérias abordam o tema. Para isso, abordam a Educação de uma maneira bem ampla. Uma matéria sobre a importância da Educação não-formal me foi bastante esclarecedora. As "Páginas Negras" (espaço de entrevista da Trip) abre espaço para o Antropólogo e agitador cultural Hermano Vianna - que é irmão de quem vocês estão pensando mesmo.

Bem, não vou colocar aqui a capa da revista. Digamos que ela não tem muito a ver com a temática principal...

16 de jul. de 2007

Auto-avaliação

É cedo. Há pouco mais de três meses que este blog foi criado. Apesar do pouco tempo na blogsfera, gostaria de deixar nosso tema principal de lado e dedicar este post a uma auto-avaliação.

Nesse período de existência, este blog esteve ligado a uma disciplina de meu curso de Jornalismo, na UFSC. De modo que, ao fim do semestre, este blog será formalmente avaliado, como nota no currículo e tudo. Por outro lado, aproveito a oportunidade para fazer eu mesmo uma avaliação dos resultados e da evolução do blog.

Como deixei claro no projeto editorial deste blog, o objetivo é complementar a cobertura na área de Educação no Brasil. Por isso, sempre primei por informações próprias, como nas matérias sobre o projeto de piso para professores, sobre a questão do estágio, sobre movimento estudantil e várias outras. Esta opção tem suas razões: fundamenta-se na concepção de que a Internet serve para ampliar as visões, não apenas confirmar as já existentes. Sem pretenções de competir com a grande imprensa, mas completá-la, e assim enriquecer o debate sobre a Educação brasileira.

No entanto, outras responsabilidades (acadêmicas e pessoais) impediram-me de buscar ainda mais material próprio. Assim como a freqüência de postagens também ficou abaixo do que gostaria. Para contra-balançar (e também para dar um toque próprio ao blog) arrisquei-me a fazer análises e até emitir opiniões a partir de informações coletadas em outros veículos. Esta solução, embora válida em um blog, tem suas fragilidades: por mais que me dedique à cobertura sobre Educação, é presunção crer que um estudante de Jornalismo possua autoridade e experiência o bastante para publicar análises e opiniões que sejam sensatas e originais. E mesmo nas oportunidades que me arrisquei, tentei fazê-lo baseando-me em fatos e argumentos. Afinal, de opiniões e críticas gratuitas a Internet está cheia.

Também foi minha intenção aprimorar o aspecto gráfico do blog. Queria um blog com cara própria e que deixasse evidente a austeridade a qual se propõe. Baseando-me no trabalho que tive, considero o resultado satisfatório. Eis um blog esteticamente harmonioso, apesar de não muito ousado. Contudo, também me atrevi inovar e experimentar diferentes mídias no blog, acompanhando a tendência da mídia de convergência tecnológica. A inclusão de animações em Flash em algumas postagens e o uso de áudio chamou a atenção de alguns colegas, que me parabenizaram pelo diferencial.

Foi um grande aprendizado desafiar-me a criar, a melhorar (na forma ou no conteúdo). Também foi com grande satisfação que acompanhei a temática da Educação com olhos ainda mais abertos. Conseguir quase 700 acessos em três meses é uma repercussão empolgante. Mas não diminui meu desejo atrair ainda mais a atenção de todos que se interessam pela Educação. Percebi que conteúdo e divulgação são igualmente importantes, assim como colaboração e interação.

A disciplina de "Análise e produção de blogs" chega ao fim. O blog, por sua vez, continua. E tem a oportunidade de se melhorar e continuar a inovar. A Educação brasileira merece isso!

11 de jul. de 2007

Sabatina no reitor

Sobrou para o reitor da UFSC, Lúcio Botelho, responder às críticas sobre a implantação de cotas. Durante 30 minutos ele participou de um chat e teve que defender uma decisão que não tomou, já que a opção pelas cotas foi discutida e votada pelos quase 70 membros do Conselho Universitário da instituição. (Aliás, dizem as más-línguas que, particularmente, Botelho não tem nenhuma simpatia pelas cotas).

Abaixo, algumas das batatas-quentes que “o magnífico” teve que segurar (e como jogou a batata para cima):

Clique aqui para ver trechos do chat

ps: más-línguas à parte, nem o reitor escapou do internetês. Erros de digitação e gafes com a ortografia podem acontecer com qualquer um, inclusive o reitor. Assumidamente:

15:35:44 - Lucio Jose Botelho fala para todos: preciso me familiarizar e não sou bom digitador


Atualização:o link para o chat estava com um pequeno problema, mas já foi resolvido.

10 de jul. de 2007

UFSC adotará cotas no próximo vestibular

Reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizada na manhã de hoje aprovou a criação de cotas para afrodescendentes e alunos de escolas públicas. A medida passa a valer já a partir do vestibular realizado no fim deste ano.

Do total de vagas oferecidas por curso, 20% será reservado a candidatos que estudaram em escolas públicas durante todo o Ensino Médio e Fundamental. Outros 10% serão reservadas a alunos que se auto-declararem negros e que também tenham estudado em escolas públicas.

Para ser aprovados, os estudantes cotistas precisarão atingir um patamar mínimo (ponto de corte).Caso o percentual de negros que conseguiu essa pontuação não alcance os 10%, as vagas restantes serão destinadas a jovens vindos de outros tipos de estabelecimentos de ensino ou que não tenham feito todo o ensino médio e fundamental em escolas públicas. O percentual de 10% das vagas está próximo da parcela que a população de negros em Santa Catarina representa, que é de 12% do total.

O programa prevê, ainda, a criação de cinco vagas para indígenas, sendo que até 2010 o número de vagas deve chegar a 10. Entre as 57 instituições públicas de ensino superior no país, a UFSC é a 17ª a adotar o sistema de cotas.

A seguir, entrevista com a professora do Centro de Educação da UFSC e membra da Comissão de Ações Afirmativas da UFSC, Vânia Beatriz da Silva. Os temas abordados são políticas de permanência, razões para implantar cotas e críticas à proposta.




9 de jul. de 2007

Novos "Universotários"

Foto da peça "O Universotário", representada na UFSC em
1982 pelo do "Grupo A" de teatro (Divulgação)


Se o programa "show do milhão" ainda estivesse no ar, possivelmente a opção de ajuda dos universitários não seria muito útil. A se julgar pelos dados divulgados pelo Inep sobre o hábito de leitura dos universitários, poucos teriam bagagem cultural suficiente para responder com certeza à perguntas que não sejam de suas respectivas áreas de formação. E, talvez, não estivessem seguros para responder nem mesmo a questões que lhe são pertinentes

Dados colhidos através dos questionários do Enade revelam que 34% lêem no máximo dois livros por ano que não seja para a faculdade e 41,3% se informam mais pelo televisão, o que equivale a quase nada. Pior: 43,6% estudam apenas entre uma e duas horas por semana além do horário de aula, fato que não assegura sua formação nem mesmo em sua área.

Embora não possamos descartar também outras formas de conhecimento - aprendizado não-formal, por exemplo- é possível notar a mudança do perfil do universitário brasileiro (ou "universotário", como se dizia pejorativamente à tempos atrás) . Outrora seres com grande bagagem cultural e apurado senso crítico, grande parte dos universitários (68,2%) estudam à noite, já 73,2% trabalham durante o dia. E ainda temos que somar o significativo percentual de universitários bolsistas do ProUni, que nem sempre possuem recurso (ou incentivo) para fomentar suas leituras. Enfim, não é de se esperar muito de nossos futuros profissionais.

Tem também o fator "prova no dia seguinte" que interfere diretamente na falta de hábitos de leitura e no qual esse blogueiro se encaixa. Então, com licença...

5 de jul. de 2007

Relator propõe piso de R$900

O deputado federal Severiano Alves (PDT-BA), relator do projeto do piso dos professores, propôs o que já havia divulgado nas audiências públicas em que participou: o piso salarial dos profissionais de Educação deve ser de R$ 900 e não R$850, como quer o governo.

O valor se refere a profissionais que possuem apenas o Ensino médio (modalidade Normal) e para uma jornada de 25 horas semanais - 15 horas a menos do que propôs o governo. Já os profissionais com nível superior receberiam, no mínimo, R$ 1.100 também para uma jornada de 25 horas.

O parecer do deputado também sugere que no referido valor não esteja inclusa nenhuma gratificação. Ou seja, caso a proposta seja acatada,a remuneração dos profissionais de Educação pode ser ainda maior. No entanto, trata-se apenas de um parecer, e cujo texto ainda pode mudar até o dia 11, quando será votado e discutido pela Comissão de Educação e Cultura.

3 de jul. de 2007

Com alterações, lei do estágio passa pela Câmara

O novo projeto de regulamentação da atividade de estágio para alunos de ensino médio, profissionalizante e superior já foi aprovada na Câmara dos Deputados. Não o projeto do senador Osmar Dias, nem o projeto divulgado pelo governo dentro do plano de ações do PDE, mas um substitutivo feito em conjunto pelos deputados Átila Lira (PSB-PI) e Manuela D'Ávila (PCdoB-RS). O texto ainda precisa passar pelo senado antes de virar lei.

O destaque foi para os comentários da deputada Manuela D'Ávila, de que o projeto vai garantir que os estagiários não sejam explorados como mão-de-obra barata e evitar o uso de alunos como substitutos de profissionais. A intenção dos deputados até pode ser essa. Contudo, crer que o projeto evitará a substituição é outra presunção. Principalmente porque esse fenômeno já acontece hoje mesmo dentro da lei, conforme já tratamos.


Novas propostas


No entanto, a nova proposta tem seus louros. No novo projeto, foram aceitas outras medidas às propostas pelo projeto de lei anterior - que apenas limitava a proporção de estagiários em uma empresa (15%) e o tempo de permanência do estagiário (até 2 anos em um mesmo estágio). Essas novas medidas, embora não possam evitar o mau-uso do estágio, obriga as empresas a tratar a questão com mais seriedade.


Incluiu-se no projeto aprovado punições para empresas que forem autuadas fraudando a legislação do estágio. Uma das punições será a aplicação de multas pela fiscalização trabalhista, variáveis de R$ 240 a R$ 2,4 mil, à pessoa jurídica que descumprir as novas regras. Além disso, empresas que desrespeitarem as normas terão o estágio caracterizado como vínculo laboral para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.

Na prática, algumas dessas medidas já vinham sendo aplicadas pela justiça do trabalho. Mesmo assim, alguns deputados temeram que a medida inibisse a contratação de estudantes e pediram votação do ponto em separado. Queriam a continuidade da utilização desenfreada de estagiários. Felizmente, a votação foi rejeitada.

Também se destacaram outras medidas que visam garantir a continuidade do aprendizado, tanto curricular quanto no estágio. Pelo projeto, as empresas deverão liberar os estagiários nas épocas de provas. As empresas também passam a ter que fazer relatórios de desempenho dos estagiários (hoje, são requeridos apenas de escolas e alunos). Terão, ainda, que conceder auxílio-transporte e seguro contra acidentes aos seus estagiários.